Os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras decidiram paralisar suas atividades por 72 horas a partir da próxima segunda-feira em protesto a intensão de setores do Governo Federal de privatizar sete empresas distribuidoras de energia elétrica do Sistema Eletrobras. A paralização objetiva ainda externar o descontentamento da categoria em relação às negociações em curso referentes à renovação do Acordo Coletivo e o reajuste salarial pretendido pelos eletricitários.
Nailor Gato, presidente do Sindicato dos Urbanitários em Rondônia e integrante do Coletivo Nacional dos eletricitários que participa das negociações, informou que a empresa apresentou uma proposta que não atende as expectativas dos trabalhadores e trabalhadoras do Setor Elétrico estatal.
Na proposta, a empresa concorda em repor o IPCA integral do período de maio de 2014 a abril 2015, reajustar os benefícios no mesmo percentual e renovar o Acordo 2013/2015 para mais dois anos. Os trabalhadores rejeitaram a proposta por entender que é inaceitável a intenção da empresa de aplicar os reajustes aos salários, a partir de primeiro setembro, ao invés de primeiro de maio de 2015, data base da categoria.
Uma reunião entre Eletrobras e Coletivo Nacional dos Eletricitários está marcada para 27 de agosto próximo e a expectativa dos Urbanitários é que as negociações avance no sentido de garantir à reposição das perdas salarias, a renovação do acordo coletivo atual, a aplicação dos reajustes com base em primeiro de maio, abono compensatório por perda de massa salarial, ganho real de salario, fortalecimento do Sistema Eletrobras com afastamento das ameaças de privatização, fim da terceirização e mais transparência na gestão.
TRABALHADORES NÃO ELEGERAM ESSE GOVERNO PARA REALIZAR PRIVATIZAÇÕES
Na eleição de 2014 dois projetos foram colocados para os trabalhadores, o primeiro representado pelo PSDB declarava abertamente seu viés neoliberal, de diminuição do Estado na economia, de apoio à terceirização, da venda da Petrobras, Caixa Econômica e a privatização das empresas estatais Do outro lado, o projeto político iniciado em 2003 e que mudou esse país, retirando milhões da miséria, de distribuição de renda, valorização dos trabalhadores e das empresas públicas.
Os trabalhadores das 7 distribuidoras de energia da Holding( Eletrobras Piauí, Eletrobras Alagoas, CELG, Amazonas Energia, Eletrobras Acre, Eletrobras Roraima, Eletrobras Rondônia), convivem diariamente com o fantasma da privatização destas empresas, basta abrir os jornais para ler declarações do Governo afirmando que vai privatizar as distribuidoras federais .
É de se estranhar que em um momento de crise, onde todos falam na importância de se criar uma agenda positiva, o diretor financeiro da Eletrobras, afirme publicamente que é preciso privatizar essas empresas. Mesmo sabendo, o que representa a venda do patrimônio público. Os exemplos anteriores de FHC parecem que estão sendo esquecidos: demissões em massa, precarização do trabalho, terceirização maciça, queda na qualidade dos serviços prestados a sociedade e aumento extorsivo das tarifas, sobretudo para a mais pobre.
Os trabalhadores do Sistema Eletrobras Rondônia vão à luta contra esse crime de lesa pátria. A mobilização será forte para barrar esse retrocesso, o coletivo irá a todas as instâncias, inclusive política, com a formalização de uma frente parlamentar. A hora é de mobilização.
Autor : Imprensa Sindur – por Jane Carvalho | Fonte : Imprensa Sindur – por Jane Carvalho