terça-feira, dezembro 3, 2024
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Buracos no asfalto: a indignação da população é muito justa mas a culpa não é da CAERD

RETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira *

É muito comum e compreensível que um cidadão, ao passar por um buraco feito no asfalto para colocar canalização e que não foi reparado logo em seguida, esbravejar com muita raiva contra a CAERD. Não raras vezes tais buracos são feitos logo após a realização do asfaltamento na rua.

Entretanto, as obras de esgotamento sanitário e ampliação de redes de distribuição de água foram feitas através de contratos firmados diretamente entre o Estado de Rondônia, através da Secretaria Executiva do PAC, e a União. Ou seja, a CAERD não tem qualquer ingerência sobre tais obras, seja para contratar ou fiscalizar; isso é feito, ou deveria ser, pela Secretaria Executiva do PAC.

Todavia, a fama, no caso a má-fama, fica pra CAERD, sendo que a diretoria anterior da empresa não fazia a menor questão de esclarecer tal situação, pois havia uma intenção notória dos antigos dirigentes de prejudicar deliberadamente a imagem da CAERD, visando jogar a opinião pública contra a empresa, para justificar sua privatização ou mesmo a simples liquidação.

A prova cabal de que tais buracos deixados em asfaltos não é da responsabilidade da CAERD é um documento assinado, em julho de 2017 com Prefeitura da Capital, onde “a Secretaria Executiva do Gabinete do Governador (SEGG) concordou em assinar um acordo garantindo a recuperação de vias públicas em Porto Velho que são destruídas por empresas que realizam obras de abastecimento e saneamento básico”. Ao que parece o acordo não vem sendo cumprido. Veja a matéria jornalística no link: https://www.rondoniagora.com/geral/governo-assina-acordo-para-forcar-contratadas-a-recuperar-asfalto-destruido-por-obras-do-pac

Porém, se a CAERD não é a culpado por tal descalabro, alguém com certeza o é: a tal Secretaria Executiva do Gabinete do Governador (SEGG. Mas qual o motivo e a justificativa para uma atitude tão irresponsável? Pois é lógico supor que o projeto de tais obras, necessariamente, teriam que prever a recuperação da camada asfáltico quebrada.

No início deste ano o engenheiro Emanuel Piedade usou as redes sociais pra denunciar esse absurdo. Após analisar o Portal Transparência do Governo do Estado, o engenheiro concluiu que os editais, projetos e planilhas orçamentárias, preveem os recursos para recomposição da camada asfáltica em cada contrato celebrado com as empresas prestadoras de serviço.

Onde foram parar esses recursos? Ou estão com a Secretaria Executiva do Gabinete do Governador e não se sabe o motivo porque não foram aplicados ou foram pagos indevidamente às empresas que não concluíram as obras recompondo a camada asfáltica.

A primeira alternativa representaria uma imensa irresponsabilidade do governo estadual pretérito, que está prejudicando toda população da Capital, que mais parece um “queijo suíço”; já a segunda, caracterizaria crime. Ambas as situações deveriam ter uma fiscalização mais efetiva por parte da Assembleia Legislativa, em especial da Comissão de Fiscalização e Controle da Casa.

O esclarecimento à população é o de que é injusto reclamar contra a CAERD, pois a verdadeira (in)responsável é uma tal  de Secretaria Executiva do Gabinete do Governador (SEGG); sendo necessário solicitar aos deputados estaduais que cobrem da SEGG uma solução rápida e efetiva para este problema que tanta atormenta a população.

* Itamar Ferreira é bancário, dirigente sindical, formado em administração de empresas, ex-secretário da SEMTRAN, advogado e pós-graduando em direito e processo do trabalho.

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